domingo, 10 de abril de 2011

At the seaside.


O mar ainda estava cheio de peixes cuidando de suas vidas embriagadas em água e sal. Todos os dias naquela vila de coral todos faziam as mesmas coisas até que, subitamente, todos pararam.
Apareceu uma criatura circulando. Não nadando, circulando mesmo. No lugar de nadadeiras haviam expansões com terminações articuladas. Sua pele foi meio mutável durante o caminho e apesar de parecer confuso e desorientado, paradoxalmente, manteve seu trajeto linear. Não se alimentou de nada, apesar de todos terem certeza que sentia e distinguia todos os diferentes olores dali.
Quando passou, todos pararam e passaram a observar sua excentricidade.
As estrelas-do-mar desgrudaram seus olhos de pedra para olhá-lo, o peixe desceu na coluna d'água para chegar mais perto e o siri até andou de frente para poder olhá-lo com os dois olhos. E as algas, sim, elas também abriram seus olhos de clorofila.
E quando aquilo voltou a se esconder, pode ter levado um certo tempo para desfazer-se aquela cena congelada, mas quando voltou a se esconder, ninguém tirou dos olhos de pedra, dos olhos de água, de areia ou dos olhos de folha aquela imagem que passou deixando marolas de dúvidas na água.

Afinal, o que foi aquilo?