sábado, 17 de julho de 2010

El leñador.


- Sequóia-gigante - repetiu ele, talvez pela milésima vez aos colegas de trabalho.
- Louco! - várias vozes exclamaram ao mesmo tempo em um tom de voz baixo o suficiente para parecer discreto e alto o bastante para ser ouvido com clareza.
- Senhores, foi um prazer inenarrável trabalhar com vocês. Mas agora devo ir-me. - E foi a última vez que dirigiu a palavra aqueles homens que cosiderava indolentes, ronceiros e molengas.

Despediu-se de sua mãe dando um beijo em sua face, disse:
- Voltarei em breve, não se preocupe. Quando voltar tudo será melhor. E, nada de lágrimas.
-Lunático! Ouviste-me bem? Lunático. Estamos bem aqui. Temos o suficiente para viver, isto não basta?

Não respondeu esta pergunta com palavras, simplesmente saiu pela porta da frente, sem olhar para trás. Queria conforto, queria o prazer quase imediato. Não importava o que dissem a ele. Sequóias, Sequóias, Sequóias. Era tudo que vinha a sua mente. Procura-las-ia. Seria a última árvore que derrubaria se a vendesse por um preço bom. Talvez levasse quatro ou cinco meses para cortar os 6 ou 7 metros de espessura do tronco com seu pequeno machado afiado.

Durante o caminho, encontrou um amigo que perguntou como ia a vida e aonde esperava chegar, vendo a bagagem que carregava:
- Bem, obrigada. Você parece magnífico! Belo chapéu. - elogiou. - Estou indo para o norte, cortar uma sequóia.
- Larápio! Há sequóias que vivem a mais de 2 mil anos! Como ousa ter tanta cobiça?
- Preciso viver! Quero viver confortavelmente, não me importo.

Continuou sua marcha até as árvores. Encontrou uma perfeita. Madeira intácta, nada de cupins ou pragas, perfeita, singela. Logo começou o trabalho. Escolheu o ângulo e começou as machadadas.

Levou quatro meses. Quando finalmente os 80 metros de madeira tombaram ao chão, teve certeza que tudo daria certo. Vendeu toda a madeira a um só homem, que o pagou com moedas de ouro.

Quando voltou a sua casa, mostrou para sua mãe a nova furtuna da família. A mãe que era descendente de mulçumanos, fez o teste que aprendeu com seu pai e com seu avô: derrubou uma moeda no chão, esperando ouvir o som agudo e prolongado, característico do metal nobre. Não houve.
- Lesado. - lastimou a mãe para o filho que deixou o ouro distrai-lo de sua imaculada sequóia.

2 comentários:

  1. Lenhador lenhador.. agora não vá chorar aos pés da GRANDE (rs) sequóia. Ela não vai mais voltar (: Umbeijo. Amei seu texto de díficil compreensão *-*

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  2. faço da Lulu minhas palavras.. muito bom juremaa

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