sábado, 9 de julho de 2011

Secundo canis

Assumiu suas sarnas. Cachorro de rua, largado e renegado. Agora não tinha mais vergonha, não havia como esconde-las mesmo. Coça-coça .Morde arranhando as ranhuras das sarnas.Era visível. Apesar disto não era recriminado. Todos já tiveram ou terão suas sarnas.
Rrr, dane-se eles. Isto coça-coça e sangra.

Chovia frio e forte. Nuvens móveis de água. Soprando ao vento forte.Acordou no dia seguinte, próximo a outros cães molhados.O cheiro, é. E uma poça, aparentemente limpa.
Olhou para si e viu sua cauda mastigada e suas patas esfoladas. Seus pelos, agora ralos, mostrando a pele craquelada.

Rolou, esfregou-se nas bordas do buraco que a continha.Sangrou, muito. Mas agora estava limpo, em fim.
Caminhou em sua glória no tempo até que envolveu-se numa pequena alcateia afastada da cidade.

Cachorros pulguentos!
Tudo no final acaba em...


Coça-coça.

Um comentário:

  1. ai juju que triste poxa .-.
    mas muito bem escrito manola, megusta mucho *0*


    Teamo
    Sté

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